Mercado de lácteos segue aquecido neste mês

Leite - Laticínios - Indústria Leiteira - Pandemia - Consumo

A pandemia do Covid-19 não afetou a indústria de laticínios no país, mesmo apesar de alguns produtos mais elaborados apresentarem menor demanda desde o início da crise, o setor continua aquecido. O preço no mercado de leite spot (leite negociado entre laticínios), por exemplo, teve um aumento de 46% em junho, comparado ao mês anterior.
Com o consumo se mantendo em alta, os preços dos produtos lácteos devem continuar valorizados pelo menos até o mês de agosto, quando a produção leiteira retoma seu crescimento com o avanço da safra no Sul e, posteriormente, no Sudeste e Centro-Oeste.
O Brasil está bem próximo de atingir a autossuficiência na produção de leite, o que dá mais tranquilidade ao país e, com a desvalorização do dólar, o leite brasileiro se tornou mais competitivo internacionalmente, sendo que o preço do litro pago ao produtor aqui dentro está a menos de 29 centavos de dólar, abaixo dos preços internacionais, que se posicionam acima dos 30 centavos de dólar.
De acordo com os estudos da Embrapa, a partir do início do isolamento social, no final de março, o consumo de lácteos viveu três ondas distintas, que afetaram de forma diferenciada seus principais produtos:
- A primeira onda de consumo durou um curto período no final de março, elevando os preços do leite UHT e do leite em pó devido à corrida dos consumidores aos supermercados;
- A segunda onda, que perdurou por todo o mês de abril até meados de maio, foi caracterizada pela regularização do consumo e reorganização da captação e do mix de produtos pelos laticínios, privilegiando o leite UHT e o leite em pó;
- A terceira onda teve início na segunda quinzena de maio, com uma forte valorização de preços, onde a demanda foi fortalecida pela entrada dos recursos do auxílio emergencial do Governo e que têm utilizado os recursos basicamente para alimentação refletindo positivamente no preço do leite pago ao produtor.
De acordo com o Técnico da Embrapa, o somatório desses movimentos tem sido bastante positivo para o consumo de lácteos que, segundo dados de algumas consultorias de mercado, aumentou de forma consistente no primeiro semestre para queijos, manteiga, requeijão e leite UHT.